A marca antiga trazia todo esse conceito da preservação do prédio histórico com o desenho da fachada principal como símbolo e a tipografia que simulava a junção/fundição das letras. Porém, ao longo dos oito anos que ela foi trabalhada, além de ter uma traço que estava datado, o público não associava a marca a um Centro Cultural Independente e sim a uma casa de shows direcionado a um determinado público.
A proposta de atualização da marca veio para resgatar a memória afetiva do público mais velho e apresentar a essência da casa como a diversidade, o fomento à cultura e a liberdade de expressão para o público mais jovem. Durante o processo de estratégia de marca, foi identificado que a importância da casa para o cenário cultural do Rio de Janeiro era reconhecido apenas pelos próprios artistas, não necessariamente pelo público.
A ideia não era romper completamente com a identidade antiga, e sim mostrar a capacidade do espaço de se atualizar aos novos tempos, mantendo e valorizando o seu espírito vanguardista, efêmero e naturalmente colaborativo.
O foco inicial foi a simplificação do desenho da fachada em um traço mais moderno, estilo flat, minimalista e com aspectos mais limpos. A proposta era que o símbolo tivesse força o suficiente para que em determinadas peças pudesse ser trabalhado de maneira independente e que preenchesse bem um círculo ou um quadrado, gerando uma identificação direta nos perfis das mídias sociais.
Para o logotipo, buscamos uma melhor legibilidade, na marca anterior havia uma dificuldade de leitura da segunda linha em momentos de redução da marca. Extraímos o complemento Lapa - RJ e redesenhamos as serifas do nome principal trazendo modernidade, leveza e harmonia para o desenho.
Todo o projeto foi feito em parceria com o designer e artista gráfico Mike Knecht, responsável pelas ilustrações e ícones criados para compor a identidade visual. Os desenhos são baseados em traços de arte urbana para trazer todo o conceito de “A Casa de Todas as Tribos e Ritmos”, com destaque para as figuras orgânicas como elementos de apoio mostrando o engajamento do espaço com a sustentabilidade que sempre esteve presente. Não por acaso, plantar árvores e construir uma horta comunitária foram umas das primeiras ações dos artistas que decidiram ocupar a antiga fábrica em 1982. Hoje o Centro Cultural tem uma série de atividades e ações voltadas para a conservação do meio ambiente.
A identidade de marca foi desdobrada em todos os materiais de divulgação do Centro Cultural. Foram preparados templates base para divulgação de shows, cursos, oficinas e eventos em todos os possíveis formatos das mídias digitais, e também programação mensal e panfleto. Além da integração e alinhamento visual de todo o novo site.
O principal objetivo do projeto era que todos os pontos de contato da marca tivessem o DNA Fundição, o público precisava conhecer todas as facetas do espaço de maneira orgânica. Uma casa viva, mutável e que transborda.
DIREÇÃO, CRIAÇÃO E EDIÇÃO: Estúdio Tiê
PRODUÇÃO: Rafael Carvalho
ILUSTRAÇÃO: Mike Knecht
LOCUÇÃO: Deborah Silva
MÚSICA: Coração Bobo (Alceu Valença) / Na Base da Chinela (Elba Ramalho)
O trabalho de motion branding da marca foi feito em cima de todos os conceitos criados no processo. É um lugar que inspira movimento, formas e cores. Assim como a vinheta principal que mostra a marca se montando e sendo influenciada por diversos elementos, os comerciais de divulgação de shows foram na mesma linguagem e ritmo.